-
Felice di stare lassú
Meu amor pela Itália começou quando tinha 22 anos, onde fiz meu intercâmbio na cidade de Bolonha. Tive a oportunidade de conhecer as principais cidades de lá, como: Roma, Milão, Veneza, entre outras. Na verdade, permita me dizer que meu amor pela Itália vem de família, principalmente pelo sul do país, mas especificamente a região da Puglia, lugar onde meus avós nasceram.
A ideia é compartilhar com vocês um roteiro de 12 noites espalhados pelas principais cidades (na minha opinião) da região da Puglia. Consulte a melhor época para ir, mas optamos por ir no início de junho, onde tivemos a sorte de pegar todos os dias quentes e pequenas chuvas isoladas, mas nada que afetasse nossa programação.
A Puglia é conhecida por ser o “salto da bota” ou “calcanhar” da Itália. É uma região autenticamente italiana, com cidades históricas repletas de muita cultura, sem falar nas belíssimas praias e suas gastronomia deliciosa.
A região ainda é ofuscada (ainda bem) por roteiros tradicionais em cidades e/ou regiões como a Toscana, Veneza, Roma, Sardenha, Costa Amalfitana e Sicilia. O fato da Puglia ainda não ter sido explorada pelo turismo de massa, torna a região ainda mais especial.
A cidade de Bari foi nosso ponto de partida e costuma ser também dos demais viajantes. A partir de lá tivemos a oportunidade de explorar as cidades de: Matera, Galipolli, Leuca, Otranto, Otsuni, Alberobello e Polignano a Mare
Com isso, conseguimos explorar os dois mares da região: o mar Adriático, inconfundível pelo seu tom esmeralda e, o mar Jônico, que chama atenção pelo seu azul turquesa.
Fonte: Mapa via pinterest
Após passar alguns dias em Roma pegamos um trem em direção a cidade de Bari. O preço é super justo (aproximadamente R$130 por pessoa) e você pode comprar direto no site da Trenitalia.
Matera
Após alugarmos o carro no aeroporto, saímos de Bari na hora do almoço e chegamos em Matera por volta das 15h. A estrada é muito boa e o trajeto curto, de aproximadamente 1 hora. Pouco antes de chegarmos na cidade, pegamos uma chuva (de granizo) absurda na estrada, que tivemos inclusive que parar o carro no acostamento. Só tínhamos 1 noite na cidade e não acreditávamos que iríamos ficar presos dentro do hotel por conta disso. Como Matera possui um centro histórico, a recomendação do hotel que ficamos hospedados foi deixar o carro em um estacionamento particular indicado por eles e de lá iríamos de van até a cidade.
A cidade de Matera fica uns 10-15 minutos de distância dessa rodovia principal, e assim que chegamos tivemos a melhor surpresa de todas: não chovia e fazia um dia lindo de sol. Realmente, a cidade já nos mostrava que era especial.
Ficamos hospedados no hotel Ai Maestri Rooms&Cafe – foto acima. Além da sua localização ser ótima, o destaque fica para a arquitetura do quarto, a simpatia no atendimento e seu delicioso café da manhã. Assim que chegamos, trocamos de roupa e fomos explorar cada canto dessa cidade. Paramos no “viewpoint of Luigi Guerricchio”, que tem uma bela vista para a cidade. No final de tarde, paramos no Zipa Café, pegamos um Aperol Spritz e continuamos andando pelas ruas.
A noite tentamos jantar no Regiacorte – L’eccellenza del Territorio, que é bastante famoso na região. Infelizmente estávamos sem reserva e era necessário. Acabamos jantando em outro restaurante e voltamos a explorar a cidade, que por sinal fica ainda mais apaixonante durante a noite. Para o jantar, fica minha indicação para o restauarante Nadí e o Le Bubbole.
Depois de andarmos o dia inteiro, hora de voltar para o hotel, abrir um bom vinho e relaxar na banheira. Dia seguinte é dia de colocar o pé na estrada e partir para o próximo destino.
Galipolli
Antes de chegarmos em nosso próximo destino, decidimos dar uma parada nas praias de Porto Selvaggio e Santa Maria Al Bagno, pois era caminho. Infelizmente, o tempo não estava muito convidativo e tudo indicava que o tempo em Galipolli estava melhor.
Galipolli fica na província de Lecce, tem apenas 20 mil habitantes e é banhada pelo mar Jônico. A cidade está dividida em duas zonas: o centro histórico, que fica em uma ilha de pedra calcária; e a nova aldeia, onde é ligada ao centro histórico por uma ponte que foi erguida em 1837. O centro histórico tem todo seu charme, com suas ruas estreitas e seus edifícios e igrejas que carregam o estilo barroco. Claramente, decidimos nos hospedarmos no centro histórico e fica aqui nossa sugestão.
Assim como Matera, a cidade possui um centro histórico com acesso restrito para carros. Sendo assim, o hotel que ficamos sugeriu que estacionássemos no Porto de Galipolli e de lá eles fariam nosso transfer para o hotel por meio de um daqueles carrinhos de golf. Fomos muito bem recebidos com um por do sol incrível no alto da cidade.
Após explorar a cidade, decidimos jantar no La Vinaigrette. O restaurante possui um belo cardápio e conta uma bela vista em seu rooftop. De entradas pedimos uma porção de lulas, que estavam extremamente frescas. E para acompanhar pedimos um Mammamè, um blend de vinho branco, da região Valle d’Itria.
Nosso hotel não tinha café da manhã disponível, mas eles ofereciam um voucher para tomarmos café no Café del Mar, em parceria com o B&B La Riviera. O café tinha o básico, mas a nutella – bem comum na maioria dos café da manhã na Itália – salvava o resto. Na real, o que salvou mesmo o café da manhã foi essa vista surreal.
Hora de nos despedirmos desse lugar incrível e partirmos para a próxima.
Leuca
Vale lembrar que no deslocamento entre as cidades há diversas praias e grutas, que vale a pena a visita. Dito isso, antes de chegarmos em Leuca, resolvemos parar na praia de Punta Suína. A beleza do lugar fala por si só. Grande parte da praia tem beach clubs com espreguiçadeiras, mas há também a parte “libera”, onde você pode ficar sem pagar nada.
Optamos por ficar no beach club Lido Pizzo, onde achamos que o espaço era melhor. Só pagamos o estacionamento. Obviamente não achávamos que valia a pena pagar por uma espreguiçadeira e por isso estendemos a canga, no estilo carioca e ficamos por lá mesmo. Só utilizamos o beach club como apoio para almoçarmos.
Estava em nossos planos pararmos também na praia Maldive Del Salento, mas como começou a chover a tarde, decidimos ir direto para Leuca.
A cidade de Leuca é bem pequena, mas ainda sim tem seu charme. Não tem muitas opções comparando com as demais cidades, mas fica a dica para fazer passeios de barco em direção as grutas. Como iríamos passar apenas uma noite por lá, optamos por ficar em um B&B (Mimi Leuca) que estava bem avaliado, mas sem nenhum luxo. Eu, sinceramente, se tivesse que repetir a viagem, não escolheria parar nessa cidade.
Otranto
Como a cidade não tinha muito a oferecer, saímos de Leuca bem cedo em direção a Otranto, mas fomos parando em praias lindas ao longo do caminho: Spiaggia e Piscina Naturale di Marina Serra, Cala dell’Acquaviva – umas das praias mais bonitas (foto ao lado) –, Porto Miggiano e Santa Cesarea Terme.
Assim que chegamos em Otranto, tivemos um pequeno imprevisto com nosso hotel. Descobrimos que o ar condicionado de todos os quartos do hotel estavam sem funcionar e, segundo a proprietária do hotel (de forma bem rude), nada poderia ser feito, afinal era sábado – e obviamente ninguém trabalha em pleno sábado. É, isso é Itália pura rs. Enfim, depois dessa bola fora, minha sugestão é não ficarem no Hotel Albania – apesar de estar em uma boa localização, bem no centro da cidade.
Após pedirmos para cancelarem nossa reserva, fomos atrás de outro hotel – o que não seria nada fácil, pois a cidade estava bem cheia. Para nossa sorte, conseguimos um último quarto disponível no Murieri Rooms. Tem males que vem para o bem, né? A decisão foi certeira. Apesar do hotel não estar bem no centro, ele se encontra há apenas 2,5km de distância (5 minutos de carro). O quarto é ótimo, o atendimento idem, e ainda vale destacar o belo café da manhã que é servido – fica aqui a minha recomendação. Com tudo resolvido, resolvemos conhecer a cidade e tivemos mais uma vez o privilégio de apreciarmos um lindo pôr do sol.
O centro histórico de Otranto traz alguns traços da Grécia que se mistura em um enorme castelo, banhado por um belo mar. O destaque fica para os restaurantes: Batik, Ristorante Terrazza San Pietro, La Polperia, SoFish e Acmet Pascià.
Como a previsão do dia seguinte era de sol, acordamos cedo e animados para nosso passeio de barco. Tivemos a sorte de termos conseguido o contato do nosso querido amigo Stefano (Instagram – @asudest.escursionibarca). O Stefano além de italiano, também fala inglês. É um cara super simpático e preparou uma grande recepção no dia do nosso passeio – um belo café da manhã só com comidas e bebidas locais. Foi nesse momento que pude provar o famoso Latti de Mandorla, que é um doce local maravilhoso. Além disso, ele explica em detalhes a história de cada local que visitamos: Torre dell’Orso, Cave of Poetry (foto abaixo), Le Due Sorelle e Mulino d’Acqua Beach.